Os resultados de 2019 no e-commerce foram muito positivos e o isolamento imposto pelo Coronavírus fez com que mais varejistas e consumidores aderissem ao comércio eletrônico, o que impulsionou ainda mais o crescimento das vendas. As previsões para 2020, principalmente em função da pandemia, demonstram que será um ano muito promissor para esse canal de vendas.
O crescimento do e-commerce em 2019
Os resultados de 2019 mostram que o e-commerce cresceu 16%, passando de R$ 53,2 bilhões para R$ 61,9. O faturamento de 2019 representou, aproximadamente, 4x mais do que o atingido em 2010, demonstrando o potencial desse canal de venda nos últimos anos.
Comparando com 2018, o número de pedidos aumentou em 20%, passando de 123 milhões para 148 milhões. Entre os anos de 2011 até 2019, com exceção de 2015, 2016 e 2017, o número de pedidos cresceu anualmente mais de 10%, demonstrando que há um grande aumento no número de compras realizadas pela Internet.
No entanto, a variação do ticket médio não é tão positiva. Em 2019, o ticket médio caiu -4%. E somente em 2015 que o crescimento foi maior de 10%. Percebe-se que o consumidor mantém o valor médio de compra bastante similar nos últimos anos, sendo quem em 2019 ficou abaixo do valor médio de 2016. Essa queda no valor do ticket médio se deve pela redução dos gastos dos consumidores habituais e pelos novos consumidores, que tendem a comprar com ticket médio mais baixo que os consumidores experientes (média de 7% mais baixo).
Em relação ao número de consumidores, em 2019 foram 6% a mais, num total de 61,8 milhões de consumidores no e-commerce. Destes, 10,7 milhões foram novos consumidores, representando 17% do total de consumidores e com um crescimento de 9% em relação ao ano anterior.
A procura pela loja, o m-commerce e as vendas por segmentos
O cliente chega até as lojas de e-commerce principalmente através dos sites de buscas (como por exemplo o Google) e redes sociais. Portanto, as lojas online que pretendem ser facilmente achadas pelos consumidores precisam estar presentes nesses meios.
Além de estar presente nos sites de busca e redes sociais, o varejista precisa ter um e-commerce responsivo (adaptado ao mobile). As vendas pelo chamado m-commerce (vendas através de dispositivos móveis como smartphones), foram um grande destaque em 2019. A participação da venda pelos meios móveis representou 41,8% das vendas totais do e-commerce (mobile + desktop). E teve um crescimento de 55% no faturamento (R$ 25,9 bilhões)
O segmento que mais cresceu no ano de 2019 foi o de autosserviço (lojas online com predominância na venda de alimentos, bebidas e produtos de limpeza para casa, exemplos: hipermercados e supermercados), com uma variação de 63% no faturamento. Em seguida, vem o segmento de farma (lojas online com predominância na venda de medicamentos, que também oferece cosméticos e perfumaria), com 32%. E o segmento de esportivo (lojas online com predominância na venda de artigos esportivos, que também oferece a venda de vestuário e equipamentos para musculação) com 26%.
Interessante perceber que esses mesmos segmentos, principalmente autosserviços e farma, conseguiram manter bons resultados de crescimento nesse período de pandemia. As empresas que já estavam estruturadas em relação as vendas online, tiveram vantagem em relação as empresas que trabalhavam somente off-line.
Contudo, as lojas de departamento são o principal segmento nas vendas do e-commerce. Seguidas por autosserviço e roupas/calçados em faturamento.
O e-commerce em 2020
O comércio eletrônico em 2020 está tendo resultados bem acima do esperado, devido a pandemia. Comparando a segunda quinzena de março até o fim de abril de 2020 com os resultados do e-commerce no mesmo período em 2019, o crescimento de vendas foi de 48,3%. Se olharmos o período antes do isolamento devido ao coronavírus, do início de fevereiro à primeira quinzena de março, o crescimento foi de apenas 14,4%.
Com esse resultado positivo em função da pandemia, as vendas do e-commerce nesse ano de 2020 (considerando até 30 de abril) já atingiram 32% do resultado de todo o ano de 2019. O isolamento proporcionou uma mudança no comportamento do consumo e um aumento das vendas online.
As categorias que mais impulsionaram o faturamento desde o início da pandemia, se comparado com 2019, foram Eletrônicos, Casa & Decoração, Informática e FMCG (Fast-moving consumer goods), que são os bens de consumo em movimento rápido, como alimentos embalados, bebidas, produtos de higiene pessoal, medicamentos de venda livre e outros consumíveis.
A diminuição das compras nas lojas físicas levou a um aumento no número de novos consumidores online desde o início da pandemia. Estima-se que somente nesse período o e-commerce ganhou pelo menos mais 4 milhões de clientes novos. Com isso, acredita-se que mesmo com a diminuição do isolamento social e com a volta das compras nas lojas físicas, o volume de vendas no online se manterá alto.
Portanto, é importante o varejista estar preparado para atender a esse novo consumidor que está se habituando as compras através do e-commerce. Quem ainda não vende online precisa buscar a sua presença no digital.
Dados do relatório 41 Webshoppers – Ebit | Nielsen