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O ano do e-commerce

Esse ano de 2020 pode ser considerado o ano do e-commerce. A pandemia do Covid-19 forçou as pessoas a ficarem em casa e incentivou o uso da Internet para a realização das compras. Muitas lojas e estabelecimentos que atendiam somente fisicamente se viram obrigados a atender de forma online. E pessoas que nunca haviam comprado pelo e-commerce, fizeram pela primeira vez esse ano.

E-commerce em números

O 42° Webshoppers afirma que o e-commerce cresceu 39% nos seis primeiros meses do ano, comparado com 2019. Foram 40% a mais de consumidores nesse período, totalizando 41 milhões de pessoas. Desse total de consumidores, 58% são os considerados Heavy Users, que fizeram 4 compras ou mais.

O Movimento Compre&Confie informa que nos oito primeiros meses do ano o e-commerce cresceu 56,8% no Brasil em relação ao mesmo período do ano anterior. Já no mês de outubro, o crescimento foi de 87%, de acordo com a Mastercard.

A previsão é que a participação das vendas do e-commerce nas vendas totais do varejo passe de 5% para 10%. Essa mudança de hábitos de compra está fazendo muitas empresas reverem seus negócios e atenderem de forma online seus clientes. Até mesmo porque, de acordo com Social Miner e Opinion Box, 72% dos consumidores acharam a experiência de compra online positiva. 49% dos consumidores continuarão a comprar produtos e serviços que começaram a comprar durante a pandemia (KANTAR – Thermometer #9). E 35% pretendem diminuir idas a lojas físicas após a pandemia ( M&S COVID-19 Brazil). Portanto, esse formato de compra, além de ser um recurso necessário, também é considerado uma experiência de valor.

Novos e-commerces surgindo

Conforme a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), surgiram 135 mil novas lojas virtuais. Além disso, os varejistas estão se adaptando, vendendo através de Instagram, WhatsApp e outros meios digitais, muitas vezes sem ainda ter uma loja própria online.

Novos formatos também estão ganhando espaço como o livestreaming, que são vídeos ao vivo para apresentar produtos ou mostrar como eles funcionam, e já é sucesso na China há alguns anos. Nesse ano de pandemia, teve um crescimento explosivo por lá e começou a aparecer mais no Brasil.

2020: The Year of Livestreaming – China

Um exemplo de adaptação do livestreaming no Brasil foi o da fabricante de chocolates Dengo que, com suas 18 lojas fechadas, inaugurou, na véspera do dia das mães, a transmissão ao vivo na qual o cliente podia falar com o vendedor durante suas compras – https://aovivo.dengo.com.br/lojaaovivo. O site ao vivo continua funcionando em horários específicos.

A lojas Americanas lançou o Americanas ao Vivo, inspirada no livestreaming do grupo Chinês Alibaba. Ela traz no aplicativo personalidades para apresentar produtos e ofertas exclusivas para os clientes. As lojas C&A, Riachuelo e Chilli Beans são outros exemplos de empresas que já estão se aventurando nesse novo formato de venda online.

Hotsite Americanas ao Vivo

Novos setores no e-commerce

A procura por vendas online cresceu tanto, que até o setor de automóveis está aumentando a adesão ao e-commerce. Depois da Citröen e da Yamaha que lançaram suas lojas virtuais no final de 2019, agora foi a vez da Volkswagen ter o seu comércio eletrônico. Isso permite que os consumidores de carro possam escolher seu carro com agilidade e conveniência, na sua própria casa.

Vídeo loja online Volkswagen

Empresas que já estavam preparadas digitalmente tiveram melhores resultados e até estão vendendo mais que no ano anterior. Um exemplo disso é a Magazine Luiza, que já está com foco no mundo digital há alguns anos. Nesse ano está com recordes de vendas e conseguiu aumentar seu número de sellers (vendedores do marketplace), chegando a 40 mil (início do ano estavam com 26 mil sellers). Esses sellers venderam 145% acima do mesmo período de 2019.

2020 foi um ano atípico e as empresas que não estavam preparadas para acompanhar as mudanças, com agilidade e inovação, perderam espaço. Mas ainda dá tempo de buscar alternativas, construir valor para a sua empresa e atender o seu consumidor, com soluções eficazes, acompanhando as mudanças do mercado. O e-commerce veio para ficar e crescer em sua participação. Já não é mais uma escolha, mas uma necessidade!

Aline Autran de Morais

Mestre em Administração com linhas de pesquisa em Omnichannel; Inovação em Marketing para o varejo; Marketing Digital; Gestão de Fornecedores. Especialização em Marketing, MBA em Gestão de Varejo e Gestão Empresarial. Mais de 20 anos de experiência em varejo de moda, tendo atuado como Gerente de Produto e Gerente de Gestão de Fornecedores na Lojas Renner, Gerente de Supply e Operações na Uatt?. Sócia-proprietária da Ideiamais. Professora na ESPM Porto Alegre e PUCRS.