O surgimento do e-commerce suscitou dúvidas quanto ao formato tradicional de lojas, inclusive sobre a sua sobrevivência no mercado. Contudo, percebe-se que por mais que o avanço da tecnologia tenha trazido significativas transformações para o varejista e que o cliente não depende mais do varejo físico e local para comprar, a loja física continuará existindo. Entretanto, o varejo precisa se reinventar para atender ao consumidor que está rompendo com os modelos tradicionais de varejo e quer cada vez mais experiência de compra e consumo.
A loja virtual ainda é novidade para muitos varejista, seu percentual de uso no Brasil ainda é pequeno. Conforme o relatório Webshoppers 2016, no ano de 2015 a região que mais vendeu pela internet foi São Paulo com 37,7%, em segundo lugar Rio de Janeiro com 12,3% e em terceiro Minas Gerais com 12%. Todas as outras com menos de 10%. O comércio eletrônico ainda participa somente com 3,3% das vendas totais do varejo restrito do Brasil (E-BIT/BUSCAPE, 2015), tendo muito campo para crescer.
Alguns varejistas ainda estão descobrindo este canal de vendas, o seu funcionamento e complexidade. Outros, que acreditavam ser um meio fácil de vender se decepcionaram quando colocaram sua loja virtual sem nenhum acompanhamento e gerenciamento deste meio, pensando que era somente disponibilizar alguns produtos na internet que já começava a faturar. Como todo o canal de vendas, a loja virtual precisa ter um planejamento, atenção aos detalhes e peculiaridades, e pessoas engajadas e orientadas para o negócio.
O fato é que a tecnologia vai cada vez mais afetar as nossas vidas, dos consumidores e dos lojistas. A loja virtual é uma realidade que tem que estar na visão dos varejista. A nova geração de consumidores é uma geração habituada a estes novos meios tecnológicos e dificilmente se habituará a viver em ambientes em que não possa interagir com a tecnologia ou que separe o físico do virtual. Por tudo isto, o varejista precisa se reinventar, buscar alternativas para atrair o consumidor, atender onde e quando ele quiser.
É cada vez mais importante quem tem uma loja abrir um e-commerce, mas tendo a consciência das diferenças e dos desafios das lojas físicas e virtuais. Assim como, também é possível empresas puramente virtual abrir pontos físicos, pois para o cliente a experiência da loja ainda é muito importante. E como físico, não precisa ser um ponto tradicional de rua ou de shopping, pode ser alternativas que surgem no varejo como loja itinerante, vending machine, quiosques, ou outras novidades do mercado.
Com loja física e virtual o varejista tem mais amplitude de mercado. E alguns estudos revelam que os clientes multicanal são mais rentáveis que os de canal único, sendo o multicanal associado a maior volume de vendas e fidelidade dos clientes. Além de oferecer maior conveniência e comodidade. O fundamental é que o varejo precisa estar preparado para oferecer produtos e serviços que tragam uma excelente experiência de consumo.