O e-commerce, depois de mais de duas décadas de atuação, continua apresentando crescimento constante e muito maior que o varejo tradicional. Em 2018 voltou a crescer dois dígitos no Brasil, vendendo 12% mais que o ano de 2017. A previsão para 2019 é ainda melhor, a tendência é chegar em 15% no faturamento, 12% a mais de pedidos e 3% a mais de ticket médio. Percebe-se que ainda existe muito mercado e oportunidades para vender online.
O e-commerce no mundo
O crescimento do e-commerce é mundial, sendo a Ásia e o Pacífico os líderes, com 30% em relação ao ano anterior. Já a América Latina teve um crescimento de 17,9% e a América do Norte 16,5%. O Brasil não está entre os maiores crescimentos, mas vem demonstrando seu potencial.
A participação das vendas do e-commerce no total de vendas do varejo ainda é muito baixa. A Ásia e o Pacífico continuam sendo os líderes, representando 18,3% das vendas. Em seguida vem a América do Norte com 9,9% e Europa Ocidental com 9,6%. A América Latina está bem abaixo com 2,7%, sendo o Brasil o país que está com a melhor participação, 4,3%.
Embora a participação das vendas do e-commerce nas vendas gerais do varejo seja baixa no mundo todo, seu crescimento constante demonstra que este canal de venda tem muito espaço no mercado. Alguns lojistas brasileiros estão com as vendas no e-commerce com participação muito superior a média mundial (12%). Um exemplo é o Magazine Luiza no qual as vendas neste canal representam mais de 30% do faturamento da loja.
Vendas por categorias
Após alguns anos na liderança, roupas e acessórios passaram para segunda posição nas categorias mais vendidas no e-commerce em número de pedidos. O primeiro lugar ficou para perfumaria, cosméticos/saúde e roupas e acessórios. E, em faturamento, telefonia e celulares perdeu para eletrodomésticos.
Vendas por dispositivos móveis
Com a popularização dos smartphones e o maior acesso a banda larga e ao 4G, as vendas por dispositivos móveis tiveram um salto. Essas vendas, chamadas de m-commerce, cresceram 41%. Além disto, elas representam 42,8% de todas as vendas do comércio eletrônico. Portanto, é essencial pensar em mobile first sempre que uma loja for implantar algum sistema de e-commerce. Contudo, o ticket médio através destes dispositivos é menor.
Formas de pagamento
As compras à vista aumentou em relação a 2017. 54% dos consumidores estão preferindo pagar nesta modalidade. Assim como o pagamento em mais de 4 vezes caiu em relação aos anos anteriores, somente 26,8% compraram em mais parcelas. Essa condição é usada para as compras com ticket médio mais elevado.
Perfil dos compradores
No ano de 2018 58,5 milhões de pessoas compraram pelo menos uma vez pela Internet. Destes, 10 milhões compraram pela primeira vez. E as mulheres representaram 52% dos consumidores.
Em relação a faixa etária, 66% dos consumidores estão concentrados em pessoas acima de 35 anos. Nota-se que houve pouca variação em relação aos anos anteriores. O estudo da Ebit não identifica se estes compradores são os usuários dos produtos ou são apenas os que pagam pelo produto.
Frete
O frete grátis que nos anos de 2015 (após segundo trimestre), 2016 e 2017 (até o penúltimo trimestre) teve uma boa redução de ofertas, continua sendo importante para o consumidor. 50% compraria online por ter frete grátis.
No entanto, desde o último trimestre de 2017 ele se mantém entre 30% e 37% nos dez principais lojistas do e-commerce brasileiro. O aumento no frete grátis no final de 2017 se deu em parte pela possibilidade de comprar online e retirar em loja. Outro fator que impactou o frete grátis foi a diminuição de reclamações, visto que os consumidores estão mais dispostos a reclamar quanto mais caro for o frete.
Ticket médio
A variação do ticket médio de 2017 para 2018 foi de apenas 1%. As categorias com o ticket médio mais baixo tiveram uma grande representatividade no crescimento de vendas. Para 2019 espera-se que o ticket médio cresça 3%.
Datas comemorativas
O varejo vive de datas comemorativas e sazonais. E o e-commerce consegue aproveitar muito bem estas datas. A Black Friday é a principal data do e-commerce (4,9% do faturamento total do e-commerce). Em seguida é o Natal, com 4,8%. Logo após o dia das mães com 4% e o dos pais com 3,9%. O ticket médio mais alto é na Black Friday, com R$ 608.
Compra sites do exterior
As compras dos brasileiros nos sites estrangeiros diminuíram no ano de 2018. Em número de pedidos caiu 6%. Já em reais a retração foi de 10,9% (-22% em dólar). Os motivos para esta queda nas vendas foram: a alta do dólar, os prazos de entrega muito longos e a nova taxação de R$15 da empresa de entrega brasileira, Correios, ativa a partir de Agosto de 2018. O ticket médio também teve uma queda, e ficou o menor ticket médio, em dólares, desde 2014.
A loja Aliexpress continua sendo a líder de vendas no e-commerce internacional. E a loja Wish teve um grande crescimento, passando para segundo lugar em vendas.
Os resultados das vendas do e-commerce em 2018 foram bem positivos, principalmente pela situação econômica brasileira. Atualmente os varejistas precisam estar atentos a este canal de venda e buscar formas para se adaptarem e atenderem a esse consumidor online.
Fonte: 39 Webshoppers – Ebit/Nielsen