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E-commerce: Hábitos de consumo e Previsões 2007

O comércio eletrônico vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. No ano de 2006 apresentou um crescimento de 76% nas vendas.  No dia das Mães faturou R$ 287 milhões, alta de 63% sobre o ano anterior,  enquanto que o varejo tradicional registrou um crescimento de 8% na data, segundo a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).  A expectativa para o ano de 2007 é que cresça 45% em relação ao ano de 2006, atingindo R$ 6,4 bi em vendas de bens de consumo realizadas diretamente ao consumidor final.  Este aumento é impulsionado principalmente pela comodidade, praticidade, facilidade de comparação de produtos  e velocidade oferecida pela internet. Além disto, a estabilização do dólar, os projetos de inclusão digital e os computadores populares estão proporcionando o aumento da classe C neste meio, o que também contribui para o crescimento do setor. A expectativa é que 3 milhões de pessoas experimentem pela primeira vez os serviços oferecidos pelas lojas virtuais brasileiras este ano (fonte: Grupo de pesquisas e-bit).

 Os hábitos de consumo e a freqüência de compra dos internautas são estudados por empresas especializadas. O usuário do comércio eletrônico tem idade média de 37 anos e renda familiar de R$ 3,7 mil. Segundo a pesquisa da e-bit feita em janeiro de 2007 a internet, independente da idade, tornou-se um importante canal para atualizar-se sobre o que acontece no mundo. De acordo com a pesquisa, 70% dos motivos que fazem com que o público mais jovem, de até 35 anos, realizem mais ou menos compras na internet são preços competitivos, promoções, descontos e brindes. Este público também é ansioso e exigentes com relação ao prazo de entrega dos produtos adquiridos, principalmente por efetuar o pagamento antes do recebimento do mesmo. O público entre 36 e 59 anos se preocupa mais com a segurança na hora da transação, isto é o que determina o número de compras. A pesquisa mostrou também que 40% das pessoas, independente da faixa etária, visita alguma loja física antes de se decidirem pela compra na internet. Sendo que 30% dos mais jovens utilizam a internet como ferramenta de pesquisa antes de comprar o produto em uma loja física. Foi observado também que a maioria dos serviços disponíveis na rede como sites de relacionamento, blogs, download de música ou filmes são utilizados principalmente pelo público com até 25 anos. A internet faz parte do dia a dia desta geração.
Os produtos mais vendidos e o valor do tíquete médio estão sofrendo algumas alterações, pois com o aumento da utilização e da confiança do canal para compras começam a surgir interesse em produtos com maior valor agregado. Os mais vendidos no dia das mães foram Livros, Revistas e Jornais (18%); Informática (12%); Eletrônicos (9%); CD, DVD, Vídeos (9%); Celulares (7%) e Eletrodomésticos (5%). Os produtos de informática passaram de 5º para 2º lugar, sendo a grande surpresa de vendas (Estudo E-bit). Segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) e da e-Consulting, as compras feitas pela internet de bens de consumo, automóveis e serviços ligados ao turismo somaram R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, representando um incremento de 57% em relação ao mesmo período de 2006. Para o dia dos namorados, a expectativa, segundo a e-bit, é de crescer 50% e faturar R$ 230 milhões. As categorias de produto que prometem vender bem neste período são: livros e revistas, produtos de informática, MP3 player, câmeras digitais, telefone celular, flores ou cestas de café da manhã, bem como perfumes e cosméticos.
A venda pela internet não é território exclusivo das grandes varejistas. Muitas pequenas e médias empresas estão aproveitando o grande crescimento deste setor e entrando no mercado online. Segundo a Câmara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico), já existem 14,9 mil pequenas e médias companhias que vendem na internet.  É uma estratégia de negócio para aquelas que pretendem crescer, divulgar seus produtos e serviços e conquistar novos clientes. Contudo, montar uma loja de e-commerce não é uma tarefa fácil.  A empresa deve ter sistemas informatizados de controle de estoque e financeiro e uma logística de entrega bem estruturada. Com um mercado tão promissor e com crescimentos esperados acima de 45%, é importante estar preparada para este novo tipo de negócio.

Aline Autran de Morais

Mestre em Administração com linhas de pesquisa em Omnichannel; Inovação em Marketing para o varejo; Marketing Digital; Gestão de Fornecedores. Especialização em Marketing, MBA em Gestão de Varejo e Gestão Empresarial. Mais de 20 anos de experiência em varejo de moda, tendo atuado como Gerente de Produto e Gerente de Gestão de Fornecedores na Lojas Renner, Gerente de Supply e Operações na Uatt?. Sócia-proprietária da Ideiamais. Professora na ESPM Porto Alegre e PUCRS.