A Web 2.0 é um conceito novo muito discutido e criticado. Ela define um novo tipo de site, de serviço e de experiência on-line. Segundo Tim O Reilly, fundador da O Reilly Media e entusiasta de movimentos de apoio ao software livre e código livre:
Web 2.0
“Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.”
Em outras palavras, é a web como plataforma. Os programas passam a rodar na própria Internet e não mais nos computadores dos usuários. As aplicações, que até então eram instaladas no sistema operacional do computador pessoal, usam a rede internet como a nova plataforma. Como consequência, você pode torná-las disponíveis, em qualquer computador do mundo, bastando apenas estar conectado à internet. Hoje já existe editor de texto, folha de cálculo e tudo mais on-line, sem a necessidade de instalar nada no pc.
Tim O Reilly listou oito padrões de desenvolvimento Web 2.0 que são:
Pequenos sites compreendem a maior parte do conteúdo da internet; pequenos nichos constituem a massa de aplicações possíveis. Portanto: Incentive o auto-serviço do cliente e o gerenciamento algorítmico de dados para alcançar toda a web, até as bordas e não apenas o centro, até a cauda longa e não apenas a cabeça.
Os aplicativos são cada vez mais baseados em dados. Portanto: Para ter vantagem competitiva, procure possuir uma única fonte de dados, difícil de ser recriada.
A chave para a vantagem competitiva em aplicativos de internet é até onde os usuários acrescentam seus próprios dados àqueles que você fornece. Portanto: Não restrinja sua arquitetura de participação no desenvolvimento de software. Envolva seus usuários, tanto implícita como explicitamente, na adição de valor ao seu aplicativo.
Apenas uma pequena percentagem de usuários dar-se-ão ao trabalho de adicionar valor ao seu aplicativo. Portanto: Crie padrões para agregar dados de usuário como efeito colateral ao uso do aplicativo.
A proteção à propriedade intelectual limita a reutilização e impede a experimentação. Portanto: Quando há benefícios decorrentes da apropriação coletiva e não de restrições particulares, certifique-se de que as barreiras são baixas. Siga os padrões existentes e use licenças com o menor número de restrições possível. Projete para “hackeabilidade” e “remixabilidade”.
Quando dispositivos e programas estão conectados à internet, os aplicativos não são mais artefatos de software, são serviços em andamento. Portanto: Não empacote novos recursos em lançamentos monolíticos mas, ao invés disso, adicione-os regularmente como parte da experiência diária do usuário. Engaje os seus usuários como avaliadores em tempo real e equipe o serviço para que você saiba como as pessoas estão usando os novos recursos.
Aplicativos Web 2.0 são construídos a partir de uma rede cooperativa de serviços de dados. Portanto: Ofereça interfaces para serviços web e sindicalização de conteúdo e reutilize os serviços de dados de outros. Encoraje modelos leves de programação que admitam sistemas levemente acoplados.
O PC não é mais o único dispositivo de acesso aos aplicativos de internet e os aplicativos limitados a um único dispositivo têm menos valor do que os que são conectados. Portanto: Projete seus aplicativos desde o início para integrar serviços entre dispositivos portáteis, PCs e servidores de internet.
Na rede, Web 1.0, podíamos ler informações disponíveis em portais e outros ambientes da Internet. Na Web 2.0 as pessoas participam, colaboram e interagem na Rede. A ideia é tornar o ambiente on-line mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização do conteúdo.
“Pode-se visualizar a Web 2.0 como um conjunto de princípios e práticas que interligam um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns ou todos esses princípios e que estão a distâncias variadas do centro.” Tim O Reilly,
Segundo Tim, existem sete princípios na Web 2.0. Que são:
1. A Web como plataforma
2. Tirando partido da inteligência coletiva
3. Dados são o próximo Intel Inside
4. O fim do ciclo de lançamentos de software
5. Modelos leves de programação
6. Software em mais de um dispositivo
7. Experiência rica do usuário
Resumindo, são consideradas as competências centrais das companhias Web 2.0:
• Serviços e não software empacotado, com “escalabilidade” de custo eficiente.
• Controle sobre fontes de dados únicas e difíceis de serem criadas e que ficam mais ricas quanto mais as pessoas as utilizarem
• Confiança nos usuários como co-desenvolvedores
• Agregação de inteligência coletiva
• Estimular a cauda longa através de auto-serviço para o cliente
• Software para mais de um dispositivo
• Interfaces de usuário, modelos de desenvolvimento e modelos de negócios leves.
Os sites/serviços GMail, BitTorrent, FlickR, Wikipedia e YouTube são exemplos de Web 2.0. No caso do GMail, onde é possível fazer envio de e-mails, receber e-mails, catalogo de endereços e outros, o que caracteriza esta aplicação web como uma 2.0 é o fato de oferecer os mesmos serviços que uma aplicação de desktop, como por exemplo o Outlook Express, porém pela internet utilizando uma plataforma web.
No caso do Wikipedia, uma enciclopédia on line, o conteúdo é gerado pelo próprio consumidor, qualquer usuário pode adicionar ou editar o que quiser. Por ser um conceito inovador pode parecer difícil de ser percebido e ser entendido por pessoas que não possuem algum conhecimento técnico, mas o número de sites e serviços que exploram esta tendência vêm crescendo e ganhando cada vez mais adeptos.
Esta nova forma de participação do usuário altera a maneira como as comunicações e transações são feitas pela rede. Para maiores informações acesse o documento do Tim O Reilly: O que é Web 2.0 – Padrões de design e modelos de negócios para a nova geração de software – 30/09/2005