A reinvenção do marketing foi abordada por Oscar Motomura no eWMS, World Marketing Summit. Motomura é o fundador e principal executivo da Amana-Key, organizações especializada na área de gestão, estratégia e liderança de organizações complexas dos setores empresarial e governamental, e da sociedade civil.
Mas por que reinvenção do marketing? Pois, conforme o fundador da Amana-Key, nós estamos vivendo na era que força reinvenções. Reinvenções essas causadas por crises diversas. Muitas dessas crises têm como causa a corrupção, a excessiva competição, o domínio de poder. Mas ao mesmo tempo, criamos uma revolução de alta tecnologia.
Contudo, será que estamos usando toda essa tecnologia de forma adequada e para superar essas crises? Estamos usando ela sabiamente para promover o bem comum? Ou ela acaba gerando mais crises sociais, econômicas, ecológicas e políticas? Felizmente, muitas invenções tem trazido uma grande evolução para o mundo e a humanidade.
Essas mudanças e transformações levam a reinvenção do marketing.
Como reinventar o marketing?
O marketing tem que evoluir não somente para gerar mais eficiência e de maneira rápida, mas também para criar uma maior evolução humanitária. E, desta forma, promover a vida e todos os seres vivos do planeta.
Motomura traz alguns questionamentos, tais como: quem decide por essa reinvenção do marketing que tem o propósito de gerar consciência? Os experts do marketing continuarão a suportar a venda de produtos que sabemos que não são considerados bons para o planeta e a sociedade? Continuarão a usar técnicas e processos que somente visam o crescimento da riqueza dos acionistas?
É preciso pensar no bem comum, em todos os stakeholders da empresa. Essa deveria ser a nova concepção do marketing, pensar em quanto conseguimos tolerar das injustiças econômicas e sociais. Rever distorções e possibilitar o bem estar no todo, com a cooperação global. Não deve existir mais espaço para a competição predatória, não saudável.
Perseguir o bem comum é mais motivador e é o que o novo marketing deve buscar. Um marketing baseado em ações que gerem a cooperação e levem a evolução do todo, ao ganha-ganha. Luiza Trajano, empresária brasileira que comanda a Magazine Luiza e outras empresas integradas a holding, concorda com a visão do ganha-ganha como saída para competir sem ser predatório, criar conexão, cooperar.
Motomura ainda aborda que o marketing precisa impulsionar vendas e também promover a evolução cultural. Que seja totalmente ético, integre as pessoas e ajude a lidar com os desafios da sustentabilidade. Além disso, que contribua para superar as desigualdades reveladas na pandemia e trabalhe para a evolução de seus clientes, sejam eles empresários ou políticos.
Impacto social como responsabilidade
Russ Klein, presidente da American Marketing Association (AMA), fala do marketing orientado para o propósito. Para ele, o impacto social não é uma questão estratégica, mas uma responsabilidade das empresas.
Como responsabilidade, Luiza Trajano comentou da necessidade da empresa ser cidadã. Assim como para Klein, Trajano acredita na necessidade do propósito. Além disso, afirma que as empresas precisam agir estratégica e politicamente. Para a empresária, o país só muda através da união de uma sociedade, conforme abordado por Motomura.
A conexão digital, que não é apenas ter um aplicativo, uma plataforma, mas sim uma cultura digital, permitiu poder estar em vários locais, em aumentar a interação com as pessoas, demonstrando maior interação e reforçando a cultura da doação nesse momento de pandemia.
Percebe-se, nas palavras dos brasileiros Motomura e Luiza Trajano no e-WMS, que as empresas precisam se adequar ao novo mercado. As crises, o avanço tecnológico, assim como a ascensão do digital, estão fazendo o marketing se renovar e estar cada vez mais próximo do bem social.